sábado, 10 de julho de 2010

A importância de não engolir sapo.



Não entendo muito de futebol, mas como todo brasileiro sempre que posso assisto, torço e gosto de me entreter com o esporte Bretão. E agora em tempo de copa do mundo, com tantas alegrias e tristezas que vivemos, e amanha sendo a final entre Holanda e Espanha, me lembro de 04 (quatro) anos atrás quando na final da Copa de 2006 Itália e França jogavam e já no fim do jogo um dos melhores jogadores do mundo (no meu ponto de vista) Zidane parou de engolir sapos.

Quando vi aquela cabeçada do Zidane no peito de Materazzi pensei isso foi alguma ofensa ou algo terrível, fiquei imaginando o que teria dito o Materazzi que, seguindo Zidane a alguns passos de distância, ofendia o jogador de origem argelina a ponto de o enfurecer daquele jeito e como um touro selvagem irrompesse com uma cabeçada no peito do italiano...

A mídia, no mundo inteiro repercutiu o fato. Título do New York Times : “Uma estrela se quebra, a França declina e a Itália se regozija", qualificando de vergonhoso o último jogo de Zizou quando poderia ter sido um glorioso coroamento.

Dados os fatos inicio meu comentário, para vc Ilustre leitor que é mais importante??
Ser promovido de cargo aturando todas as ofensas insultos e “sapos” que seus superiores lhe empurram de goela a baixo;
Ou a liberdade de no dia que ele te pede para fazer hora-Extra no dia do aniversario de sua mãe vc fala “não vou fazer, hoje tenho compromisso inadiável”.

Imagino sempre o que levaria um jogador como Zidane, que nunca foi violento, sempre manteve um histórico de camaradagem e jogo limpo em campo a cometer algo como aquela cabeçada. Mas ao mesmo tempo me questiono qual o preço do caráter e da dignidade de alguém?

Hoje se Zidane tivesse deixado de lado as agressões verbais que Materazzi lhe fez poderia ser bicampeão do mundo e tudo mais. Mas não teria como olhar no espelho e se achar um homem honrado. Naquele momento de insensatez para os “politicamente corretos” Zidane mostrou que mais importante que ser o melhor jogador da copa, que ser campeão, que ser tudo era ser serio. E não vender sua dignidade para obter a gloria.

Lógico que concordo ter sido demasiada a reação dele, mas não me vejo em condições de criticar um homem que no Ultimo jogo de uma carreira vitoriosa, depois de ter feito uma ascensão social só comparada a Davi, nos últimos minutos de uma final de copa do mundo carregando o time nas costas, tomou uma atitude impensada.

Confesso que sou muito racional, as vezes não queria ser, mas em uma situação como esta acho que me viria o espírito Felipe Melo ou de Zizou.
E você, perderia a cabeça por sua honra ou venderia seu caráter pela vitoria???

Abraços reflitam.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

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