terça-feira, 30 de novembro de 2010

Você é a favor ou contra o crime?


Em condições normais de temperatura e pressão, estando ao nível do mar, todos dizemos de imediato que somos contra o crime e abominamos qualquer forma dele, seja praticada ou tentada. Repudiamos de imediato o trafico de animais e ainda mais um crime contra a vida, o homicídio, por exemplo.

Mas quando estamos envolvidos no caso algo que é abominável de primeiro momento se torna algo mais aceitável, dificilmente, por exemplo, você vê um pai que tem filho drogado dizer que drogado deve ser condenado, geralmente dizem que é um problema de saúde publica e merece ser tratado e não punido. Na minha opinião é sim caso de tratamento. Mas não podemos deixar de termos também a opinião de que se não fosse o usuário não teríamos a figura do traficante e neste momento nos surge uma questão mais emblemática.

Se tirarmos de lado a figura do usuário, da mula e do avião, que são figuras mais românticas do problema das drogas ou de qualquer forma de crime, temos a figura do traficante, que pratica o crime pelo lucro e para este não existe usuário, mas consumidor, e o mesmo dinheiro que ele ganha com o trafico de drogas ele multiplica com o trafico de armas e aumenta com a venda de contrabando. Afinal para ele não existe a figura mística do gângster de O Poderoso Chefão, existe sim um inescrupuloso bandido que trata vicio e crime como negocio.

Assim como aquele que recepta não pode dizer que é contra o crime, não podemos dizer que mesmo comprando cd pirata, ou que aceitamos como normal o fato de nossos amigos que “enrolam” um, vez outra, dizermos que somos contra o crime, não gosto da teoria do caos, mas assim como uma borboleta bater asa na Colômbia causa um tornado na malásia, comprar um cd pirata em um camelódromo fomenta o contrabando de armas no oriente médio ou o de drogas nos morros do Rio, em outra parte da cadeia de crimes.

De fato é estranho pensarmos que fazemos parte de algo tão complicado quanto uma rede de crimes, ainda mais em uma teoria da conspiração como a acima elaborada, mas não deixa de ter uma certa lógica isso, afinal as mesmas máfias que mandam cd piratas da china para o Brasil, mandão drogas para a Europa. O mesmo senhor das armas que merca AR-15 para o morro, compra drogas para mandar para a America do Sul, afinal como diria Michael Corleone, são apenas negócios.

Em tempos de guerra urbana, requentada pela mídia a cada novo noticiário, é algo a se pensar se de fato somos contra o crime ou se somos contra o crime que não somos participes somente, ou pior ainda, se só somos contra o crime se dele não tivermos proveito algum.

Gosto muito de propagandas, já devem ter notado, uma das melhores que já vi de crime que cometemos sem notarmos, foi uma aonde um pai chegava feliz dizendo que tinha comprado um CD pirata, e se glorificava que tinha sido baratinho, na mesa do almoço logo em seguida o filho dizia que tinha colado em uma prova e ele tentava repreender, e o filho dizia que tinha tirado 10 de nota, mas o pai não tinha moral para repreender-lo pois um minuto antes estava com a estória do CD.

Espero que tenha conseguido me expressar, principalmente quanto a importância de distinguirmos o certo do errado, independente de quanto estejamos levando vantagem. Não é porque algo nos é cômodo que podemos dizer que é certo.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

Quanto a foto, como anda na moda Tropa de Elite, e o filme retrata com maestria o tema do texto, fica ela.

escolha o que gosta.

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