sábado, 11 de junho de 2011

O Palocci não devia ter saído do Ministério da Casa Civil.


É consenso entre aqueles que defendem a ética na política, e que entende o mínimo do assunto não limitam sua participação na política ao ato de votar, que Palocci apesar de ocupar o cargo de Ministro da Casa Civil estava em uma situação insustentável, pois alem de não conseguir emplacar uma justificativa para seu aumento patrimonial não teve traquejo para unir a base do governo, principalmente o PMDB para que lhe dessem sustentação e garantias de passar pelo rio de denuncias que surgiam contra o Ex-Ministro a cada dia.

De fato o Ex-Ministro se perdeu e acreditando que o poder concentrado em suas mãos poderia lhe dar todo apoio necessário, esqueceu de negociar com aqueles que poderiam lhe ajudar, e quando a mídia, e a opinião publica, tomaram partido na historia a base da presidente Dilma, que só é base para os benefícios do governo, literalmente esvaziou o pilar de sustentação de Palocci na casa civil.

Após a saída do Ex-Ministro, e sabendo o povo que agora ele esta livre para continuar suas consultorias e por consequência ter novamente evoluções patrimoniais dignas de países petrolíferos, fica uma indagação: Poderiam os eleitores pedirem ou mesmo a sociedade civil e os congressistas fazerem um movimento requerendo que o Ex-Ministro deixasse o cargo pelos atos tidos como ilícitos a ele atribuídos? Sabendo que ele ocupava um cargo que desde a época da eleição do ultimo Novembro já havia sido definido como sendo seu?

Sabendo disso e ainda que o Ex-Ministro mesmo ocupando um cargo de confiança, e não eletivo, pode dizer em sua defesa que ele foi referendado pelo povo que votou na presidente pois o eleitor sabia que o Palocci faria parte do governo dela. Assim sendo ele, Palocci, não ocupava um cargo técnico ou um cargo de confiança, mas sim um cargo ao qual foi conduzido, mesmo que de maneira indireta, com o voto do povo que elegeu a Presidente na festa da democracia;

Não existe legalidade em se pedir a demissão, cassação ou até impeachment de um político que mesmo estando constantemente envolvido em escândalos dos mais diversos, sempre que se candidata é conduzido ao cargo eletivo que almeja com votos dos eleitores, se na democracia a vontade do povo tem que ser respeitada e é vontade suprema o político que foi eleito deve ocupar o cargo, independente de como aja ou faça, a menos que surja um fato novo.

Que moral tem um movimento intitulado “fora” José Sarney, ou um que queira derrubar outro político qualquer, como Paulo Maluf, Fernando Collor, Renan Calheiros, e tantos outros, chega a ser um afronto a democracia a sociedade se organizar para tirar do poder um político eleito em uma eleição sem fraude, pois tais políticos mesmo estando sendo processados pelas mais diversas falcatruas, mesmo tendo já por varias vezes renunciado a cargos públicos pra fugir de condenação e sendo condenados em tantos outros processos pela justiça, foram eleitos e ocupam seus cargos eletivos na mais justa forma democrática, assim sendo que moral tem a sociedade para pedir que eles saiam?

No caso do Ex-Ministro em especifico ele foi derrubado do governo do Ex-Presidente Lula tendo que deixar o Ministério da Fazenda pela sua prepotência e por não ter respeitado Leis e regras de boa conduta moral, e na eleição seguinte se elegeu Deputado Federal e durante o mandato teve a humilde evolução patrimonial de 20 vezes, nas eleições de 2010, como articulador político foi peça chave na eleição da Presidente Dilma, fato que por si só levava deixou claro aos eleitores que ele seria um homem forte no Governo que ajudou a eleger.

Toda pessoa que defenda a democracia não pode aceitar que um político eleito em uma eleição democrática tenha qualquer chance de perder seu mandato por fazer aquilo que fazia antes de ser eleito, veja que o Ex-Ministro não fez no governo da Presidente Dilma, ou em seu mandato de Deputado Federal, nada que não tenha Feito no Governo do Ex-Presidente Lula, e mesmos assim ele foi eleito e ocupava cargo.

Pode qualquer pessoa dizer que o Ex-Ministro não tinha moral para ocupar o cargo e mesmo que ele agiu com total falta decoro ao prestar consultoria a empresas que tinham vinculo com o governo, que ele fazia parte sendo Deputado Federal, mas o Palocci tem a seu favor a melhor defesa para um homem que vive em uma democracia, ele foi eleito e quem votou nele sabia que ele sempre agiu assim.

Server de consolo para quem acha que o Ex-Ministro cometeu algum ato ilegal ou imoral o fato de ele agora não fazer mais parte do governo, se bem que por outro lado, ele agora pode se dedicar a sua atividade mais lucrativa, prestar consultoria as empresas que precisam de um interlocutor junto ao Governo Federal assim como faz José Dirceu, mas isso é tema para outro texto, e lembrem-se eles chegaram a esta situação com voto e não em um regime de exceção.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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