quinta-feira, 19 de maio de 2011

Se for para aprender o errado, para que ensinar o certo?

Em uma semana com mais uma mega operação da Policia Federal prendendo pessoas ligadas a saúde, por desviarem dinheiro da compra de remédios para os moribundos que buscam a rede publica de saúde, seria obvio um texto que falasse sobre o tema, afinal falar de saúde sempre é bom e rende assunto. Porem como os governantes estão no cargo porque foram eleitos, esta talvez seja a única beneficia da democracia, este texto não vai falar nada sobre o tema, ficando a cargo de cada eleitor que faça um exame de consciência, aqueles que têm uma consciência claro, e pense se de fato seu voto foi bem depositado ou se serviu apenas como ponte para o eleito misturar a verba publica com a suas conta pessoais.

Outro tema que tem dado muito que falar, este sim é o tema do texto, foi o fato de o Ministério da Educação através do Programa Nacional do Livro Didático, ter distribuído material, para alunos de algumas escolas publicas, com um singelo erro de português ou de concordância verbal utilizando a frase “Nós pega o peixe”. Desde então vem os meios de comunicação e alguns professores debatendo o tema, geralmente a discussão se baseia no fato deque a escrita deve acompanhar a evolução do homem, se tornando mais antropizada para melhorar a comunicação.

Tem certa lógica os professores tentarem deixar a língua portuguesa mais fácil, e trazer aos alunos outra opinião, inclusive os que defendem que seja ensinado o português da forma acima descrita para os estudantes, dizem não haver uma forma certa, mas sim uma forma usual e outra que é pouco usada por ser considerada errada.

Tudo bem tudo maravilhoso, agora com escolas ensinando português de forma pouco usual, errada mesmo, só resta uma pergunta a ser feita se for para os professores ensinarem errado, pra que se ter escolas? Afinal antigamente o aluno ia a escola para aprender concordâncias, verbos, gramática, coisas assim, e hoje se de fato existe uma outra forma de escrita onde não há necessidade de se respeitar tais regras, para que um aluno ir a escola?

Para fazer uma analogia, deixe de lado o português, pense se a matéria fosse outra qual seria a reação de um professor ao ouvir que o resultado da soma de 2 mais 2 era cinco? Falaria que a soma estava errada, que o aluno tinha que estudar e que isso é um ultraje a moral e aos bons costumes da matemática. Imagine agora a reação do professor quando o aluno de imediato lhe dissesse, calma caro professor esta é apenas uma forma não usual de se fazer a soma, onde o resultado é outro, não tem nada de errado nisso.

A onda de politicamente correto, onde não existe nada certo ou errado desde que respeite o pensamento de todos, parece que esta afetando a massa cinzenta de algumas pessoas, não há como alguém defender que se ensine algo errado aos alunos, pois foge totalmente do conceito de escola onde os alunos vão aprender aquilo que é certo.

Voltando ao fato de estarem ensinando errado aos estudantes, se não for para que os alunos aprendam aquilo que é certo, perde a escola sua essência, deixa de existir o motivo para o jovem, adolescente ou mesmo adulto, ir às aulas, pois não havendo errado, quando qualquer pessoa escrever algo de maneira errada seu interlocutor simplesmente devera aceitar que é uma forma não usual para a escrita, portanto não há erro, mas sim uma mera diferença na escrita.

Em um país com índices tão altos de analfabetos funcionais, com pessoas que muitas vezes compram diplomas ou alegam saber ler, mesmo sem conseguir entender o que escreve, para assumirem um cargo publico é no mínimo triste ver professores, que outrora eram a vanguarda das cabeças pensantes discutirem se de fato é ou não necessário, ou correto, ensinar aos alunos a forma errada de se escrever.

Você que na década de 90 dormia nas aulas chatas de gramática, e que passava fins de semana em claro estudando para aprender verbos e demais conteúdos das aulas de português, com certeza hoje esta muito triste, ou por ter que aprender gramática naquela época, ou por hoje seus filhos nas aulas de português não terem que aprender certas bobagens nas aulas de português, como por exemplo, escrever.

Bem talvez seja de fato mais fácil aceitar que se mude a forma de escrever corretamente, pois a partir de então não tendo uma forma certa ou errada na escrita, todos saberiam escrever e teriam o mesmo grau de estudo, assim como fazem os governantes quando criam cotas para beneficiar alunos que estão menos qualificados ao invés de lhes dar escola de qualidade para que pudessem disputar a vaga de igual para igual com os alunos preparados, mas as cotas os igualam.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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