quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Insistimos em errar.


Para que abandonássemos a barbaria e pudéssemos viver na forma de sociedade moderna que hoje conhecemos, foi necessário que respeitássemos limites, tais limites são em breve resumo um acordo onde abrimos mão de podermos resolver tudo segundo o Código de Talião, olho por olho e dente por dente, e criamos normas, onde o estado como leviatã, que é, resolveria nossos problemas em troca de o respeitarmos.

Se você é religioso tais limites lhe são pregados a cada ida a igreja, templo, mesquita ou qualquer que seja a denominação. A religião lhe diz claramente que não deve matar, roubar, violentar ou desrespeitar a moral e os bons costumes que lhe são ensinados desde a mais tenra infância, afinal já naquela época você não podia andar de frauda suja, pois incomodaria outras pessoas.

Se você é um ateu os limites são legais, você não pode matar alguém, não pode roubar, não pode vilipendiar uma propriedade, pois se praticar qualquer destes atos o leviatã estado lhe castigara, você aprendeu isso ainda com seus pais quando jogava o brinquedo no chão e de castigo tinha que ficar sem ele por um período.

Veja que independente de qual motivo, seja por ser religioso, seja por ser lógico, você sempre terá que respeitar limites e obedecer as regras da sociedade. Afinal você faz parte dela e se não obedecer acaba que se torna um elo de uma corrente que não tem qualquer compatibilidade com os demais e devera ser excluído do convívio. Na Grécia antiga tal exclusão se dava com a morte, hoje com o segregamento em uma penitenciaria.

Em tempos onde adolescentes se consideram homens, onde pais não têm qualquer pátrio poder sobre os filhos, onde as leis só servem de tinta fria sobre as paginas dos códigos, devemos questionar se de fato esta errada a forma de pensar da sociedade ou se estão errados os elos que não se encaixam. Na época de faculdade fui questionado sobre o que seriam estes limites impostos pelo estado e em um lampejo de criatividade, defini o namoro como estado o leviatã interno de cada pessoa.

Isso mesmo o namoro, pense bem, não existe coisa melhor que a liberdade, que você poder vestir uma roupa e sair no sábado a noite, conhecendo gente, dando risada se divertindo e sendo 100% livre. Então porque namorar? É simples, para que naquela 3ª chuvosa, quando você esta sozinho em casa, com dor de cabeça, e o ciático atacado (meu caso) tenha alguém para lhe fazer companhia. Veja que não tem como você ter os dois, pois o elo ficaria fraco, e você não estaria cumprindo sua parte do acordo social. Os namorados abrem mão de liberdade no sábado a noite em troca da companhia nos dias difíceis, onde ninguém quer estar ao seu lado.

E mesmo assim sabendo desde bebe que devemos respeitar regras, as vezes caímos na contraditória, e deixamos de sermos corretos, hora por estacionar em vaga de idoso, ora por fazermos pequenos furtos de caneta, lápis etc., e acharmos que isso é normal. Mas não podemos acreditar que estamos acima da lei, jamais, infelizmente muitos políticos e alguns bandidos acreditam que são maiores que as leis, usando seus benefícios e passando por cima dos rigores da lei.

Espero eu que não esteja sendo um sonhador, vivendo em um mundo onde mesmo sabendo que não sou um homem perfeito, tento ser melhor e me enquadrar nas regras da sociedade, mesmo convivendo com pessoas que acreditam sim serem os únicos homens do Brasil e que sua vontade é maior que qualquer lei, regra ou justiça. Mas isso só saberei quando fizer um balanço e pensar se de fato estou ou não certo em acreditar nos meus proncipios.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

#ficaadica (5) Juína (7) texto (106)