terça-feira, 1 de março de 2011

Se querem o produto, que paguem por ele.

Esta semana, li um texto que em tom de brincadeira anunciava que no futuro o Brasil discutirá com grandes potencias e com os ambientalistas a venda de credito de Carbono como forma de compensar aqueles produtores que por terem reserva legal ou o país, que por não poder produzir em áreas preservadas, deve ser ressarcido com uma compensação financeira que lhe devolva o crescimento econômico e o desenvolvimento perdido em troca do ecologicamente correto.

Muito se fala sobre o preservacionismo, geralmente discursos inflamados de pessoas que sequer sabem a diferença entre floresta alagada e floresta alta, que profetizam o fim do mundo caso continue a população da terra emitindo Co² na atmosfera ou prossigam os desmatamentos da Amazônia e das florestas tropicais do mundo. Interessante é tal raciocínio, pois simplesmente esquece, ou propositalmente deixa de lado que quando se fala de preservação ou ainda de reflorestamento de áreas inconseqüentemente se fala de gente sendo desalojada ou que o país vai deixar de produzir em tais áreas preservadas.

Como a liberdade de expressão é uma das beneficias da democracia e dando por vista as ultimas eleições no Brasil, é a única beneficia, pode o povo pensar em melhorar de vida e ainda criticar aquilo que lhe prejudica, expressando o que pensa, deveria a população brasileira se atentar a alguns fatos que não são revelados sobre a preservação ambiental ou sobre a forma que é divulgada esta preservação pelas ONGs ou pelos institutos financiados pelas grandes potencias mundiais.

Ainda nos idos da colonização do Brasil e das novas terras abaixo da linha do Equador, os colonizadores usavam de seus vastos recursos e cabeças pensantes para impor que as colônias lhes sustentassem com ouro, pedras preciosas, madeiras e riquezas, geralmente trocando por espelhos, cachaça e em alguns casos extremos por conversa fiada mesmo.

Passados hoje mais de 500 anos novamente se vêem as grandes potencias mundiais fazendo como um dia fizeram os colonizadores mandando seus ambientalistas virem ao solo brasileiro tentarem que a riqueza que é a captação de Co² ou a produção de grãos e comida, lhes seja entregue em troca de conversa e tapinhas nas costas sob a alegação que o mundo precisa da floresta e da preservação.

Algumas coisas devem causar indignação a quem tem cabeça, e usa a cabeça que tem para pensar, esta é uma delas, estranhamente todos os produtos brasileiros tem uma desvalorização por supostamente o país não respeitar as leis ambientais, porem nada se fala de existir no Brasil da famigerada reserva legal, os parques ecológicos e as reservas indígenas que são criadas a borbotões para agradar ONGs, outros países e outros interessados.

Algo que já vinha sendo pregado a muito tempo, e que hoje se faz uma realidade no Brasil é a alta dos alimentos não tem mais aqui comida barata e farta, e inevitavemte a cada ano que se passar, mais caro ira ficar a comida. Deixando de lado produção, crescimento, valores e cifrões, quando se fala de uma alta nos alimentos na monta de 40% em um ano, esta sendo tocado diretamente no bolso da população, do rico que deixou de pagar R$ 12,00 na picanha para pagar R$ 38,00 ao pobre que deixou de pagar R$ 1.75 para pagar R$ 3,12 pelo óleo de soja.

Isso tudo lembrando ainda que se fala da produção que hoje é tida como poluidora ou sem medidas claras de mitigação da emissão de Co², porem pouco a pouco as fazendas estão se liberando, a cana esta deixando de ser queimada, os planos de manejo estão cobrindo as áreas onde seriam desmatadas.

Assim sendo em futuro bem próximo, deixara o Brasil de ser um país poluidor para ser o primeiro no mundo a ter selo verde, por seus produtores respeitarem regras ambientais feitas por ONGs e afins, veremos então neste momento o que os países desenvolvidos farão para limitar a produção aqui. Talvez uma guerra, uma nova forma de limitar, a degradação do estado com a criação de povos independentes. Bem quanto a isso o futuro nos dará resposta por enquanto ficam as duvidas e a torcida para que deixem, as potencias, de tratar os trópicos como colônia, e retribuam por aquilo que necessitam daqui.

Não existe nada mais justo e nobre que se pagar, por aquilo que necessita, portanto se de fato querem a preservação do meio as grandes nações, que paguem ao produtor que deixa sua mata de pé, ou para aqueles que tem que replantar beira de rio para que tenham selo verde de sua produção, impossível é que continuem pagando migalhas para ONG com sede no Reino Unido vir fazer protestos na ponte Rio Niterói contra o desmatamento da Amazônia e ainda conseguir que as regras ambientais apertem mais ainda no Brasil.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

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