quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eleitor não aceita mais corrupção, diz pesquisa.


Esta semana foi divulgada uma pesquisa, realizada pelo DataSenado, onde foi constatado que 88% dos eleitores consideram a corrupção inaceitável, concordo plenamente com esta pesquisa e de fato a corrupção é inaceitável em qualquer forma de governo por misturar o que é publico ao que é particular. Também sou contra a corrupção e acredito que ela esta prejudicando de sobremaneira a política no Brasil, e gerando todas as mazelas eleitorais aqui existentes.

Só não consigo entender uma coisa; se os eleitores não concordam com a corrupção como figuras ilustres, que se envolvem constantemente em escândalos mirabolantes de desvio de dinheiro publico, são eleitas? Parece que tem dois pesos e duas medidas onde o eleitor repudia de todo plano a corrupção, todavia, vota nos políticos corruptos como se o político ao fosse a ferramenta para a corrupção.

Nos eleitores ao mesmo tempo em que não gostamos da corrupção votamos nos sangue sugas, para os mensaleiros, elegemos os “fichas sujas” que mantém sua candidatura sob liminar que bons advogados conseguem para eles. Quando fazemos isso estamos dando novamente a eles a oportunidade de cometer os mesmos erros e agora não podemos alegar ignorância quanto a índole deles vez que já os conhecemos.

Ou seja, apesar de sermos contra a corrupção somos diretamente culpados de os políticos corruptos terem cargo, vez que nossos votos dão a eles todas as oportunidades que precisam, de um lado a imunidade, de outro o dinheiro publico para ser pilhado ao bel prazer de qualquer pilantra investido de governante.

Esta pesquisa me fez pensar novamente em algo que sempre vem a minha cabeça, mas que por um tempo ando meio esquecida acho que o clima de campanha me fez esquecer, a incoerência do brasileiro. É normal para nos, não só na classe política, mas em todos os nichos de sociedade a falta de coerência entre o que falamos e fazemos.

Existe um email que vez ou outra circula na internet com o titulo ”Brasileiro reclama de que” nele o autor questiona com que autoridade o eleitor protesta da classe política, geralmente quando surge um escândalo com muita repercussão, e faz o email um rol de erros (imoralidades) que cometemos no dia a dia como se fossem normais. Um exemplo: se nós cortamos a fila no banco com uma desculpa qualquer, que moral temos para questionar um político que desvia dinheiro da saúde por exemplo.

Se o eleitor vota em um candidato que já participou de muitos escândalos, que vive de liminar em liminar, aquele mesmo que aproveita, sendo obrigado a se manter na vida publica com o único intuito de usufruir, da imunidade que esta lhe garante como poderá cobrar dele um futuro limpo?

Como podemos acreditar que o político com um passado imundo poderá usar seu cargo político para melhorar a vida do eleitor? Ele na verdade precisa da imunidade e do cargo para garantir sua liberdade e ainda continuar com suas falcatruas e picaretagens que manteve por toda sua carreira política.

Tome rédeas daqueles que você elege para cargo publico, pois usando frase do escritor Maiakovisky, reafirmo, “O castigo dos omissos é ser governado pelos medíocres”. É um castigo muito alto que faz jus ao erro cometido por quem não zela pelos político que elege.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

#ficaadica (5) Juína (7) texto (106)