terça-feira, 6 de setembro de 2011

Independência, talvez nunca seja.


Nas proximidades da maior data cívica do Brasil, é de se recordar os idos de 1989 quando as escolas como o Pingo de Gente (hoje casa da saudade) em Juína cobrava de seus alunos posição de sentido e canto caprichado do Hino Nacional, naquela época havia nas escolas uma matéria, chamada Moral e cívica, onde os professores ensinavam aos alunos cantar Hinos como o da Independência, o Nacional e para alguns que quisessem ate mesmo o Hino da Bandeira, os mestres também defendiam coisas como dar lugar ao idoso ou ajudar alguém com sacolas.

Talvez aqueles fossem os bons tempos, onde a professora podia cobrar dos alunos que eles ficassem em posição de sentido, podia lhes pedir que tirassem o boné, que parassem com o chiclete, que se concentrassem por alguns minutos apenas no Hino que era cantado antes da aula, após cantarem o Hino e adentrarem a sala os professores também podiam cobrar dos alunos que aprendessem algo, sem existir a desculpa de uma maneira menos usual de se escrever, que tirasse do aluno o direito de errar.

Desde então surgiram instituições como bullying ou o politicamente correto, bem pode ser que aquela época já existisse porem pela tenra infância ainda não eram apresentados aos alunos, desde então não se da mais ao homem, como primata racional que é, o direito de pensar, não pode o homem ter opinião própria, não são mais independentes os atos do cidadão sobre pena de ter cerceado seu direito a liberdade bem como pena patrimonial caso o homem expresse aquilo que pensa, mesmo que tal ato não seja ofensivo a ninguém.

Pode ser também que aqueles fossem os tempos ruins, pois estando o Brasil vivendo a redemocratização podiam os governantes e até mesmo o povo viver a plenitude da democracia e dos atos, porem desde então viveu o Brasil um divisor de águas, há aquela época recém promulgada Constituição Federal de 1988, Constituição Cidadã, que foi feita ainda com os resquícios da ditadura e que tentou conseguindo de todas as formas trazer direito ao povo, em detrimento de todos os deveres impostos anteriormente.

Em contra-senso, o advento dos direitos individuais trazidos pela Carta Magna, fez com que os intelectuais e cabeças pensantes a época difundissem a idéia de que tudo aquilo que era pregado pela ditadura estava errado, que cantar o Hino Nacional era coisa de milico, que as regras e a disciplina imposta pelos militares eram na verdade repreensão mascaradas, que nos novos tempos viver do ócio era algo aceitável, e que não seria mais tratado como vagabundo, que todo cidadão que optasse por não ter uma profissão seria respeitado como alguém que escolheu uma realidade alternativa aquela que era defendida pela ditadura.

Hoje vive o Brasil uma independência capenga, capenga por não ter de forma plena a independência que outrora lutaram os inconfidentes para que os jovens tivessem, hoje projetos como os que criam terras indígenas, jogam brasileiros índios contra brasileiros não índios, como se fossem inimigos e não compatriotas que lutaram juntos para criar o Brasil que vive os dias atuais.

Não pode dizer que goza de independência plena uma nação onde há ingerências de ONGs, que defendendo apenas o interesse daqueles que as financiam, tentam barrar produção, conseguem que o congresso vote leis e pior ainda que a opinião publica defenda uma idéia que vai prejudicar a todos, com aumento da criminalidade ou dos autos impostos que são pagos por todos, apenas por ser a idéia da moda, até que surja uma nova idéia, com novos financiadores que queiram que o povo defenda outra idéia.

Distorcem totalmente da idéia de independência Governo de um país preferir fazer algo para se promover perante a mídia internacional, que fazer algo para defender a soberania do povo que por ele é governado, de que adianta a independência se os homens do governo e o povo não sabem o que fazer com ela.

Ser independente só é interessante, quando o povo independente se beneficia da independência, quando ela trás benefícios maiores para o povo, independência apenas pelo fato de ser independente é bem mais prejudicial que vantajoso, pois prejudica a todos.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

#ficaadica (5) Juína (7) texto (106)