quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não sejamos hipócritas.


Estão muito em voga, nos novos tempos, duas discussões uma quanto a legalização dos relacionamentos homo-afetivos e outra quanto a descriminalização do aborto. De imediato expresso minha opinião afirmando que sou contra ambas as praticas, talvez por uma opinião religiosa ou por não ter o conhecimento necessário, penso serem desnecessárias tais legalizações.

No entanto devo pensar nestes temas com olhos na realidade de hoje, se estivéssemos no século XVII normal seria queimar homossexuais na fogueira e acreditar que técnicas de aborto seriam bruxarias, queimando portando a bruxa e a mulher, ou casal, que faz aborto. Olhando apenas com os olhos do dogma religioso estaríamos resolvendo o problema.

Mas como cabeças pensantes, que somos, devemos nos atentar a duas tristes realidades que envolvem os temas anteriormente citados, a existência de clinicas de abortos clandestinas e a necessidade de garantir que aquele que assume ser homossexual tenha direito a garantir igualdade mínima ao seu (ua) companheiro (a).

Sendo mais claro uma quantidade altíssima, de moças e mulheres, ficam estéreis e mesmo perdem a vida em clinicas de aborto clandestinas, muitas vezes sem a menor condição de se realizar uma cirurgia, mas as mulheres são obrigadas a se sujeitarem a estas instalações vez que o aborto é crime. Porem a mesma lei que criminaliza o aborto não impede que quem queira fazer um aborto deixe de fazer, apenas pela letra fia da Lei.

Não menos desumano é o problema enfrentado por aquele que assume sua condição de homossexual, que geralmente é descriminado em sua família sendo obrigado a deixar-la para que assim possa viver com seu companheiro que não é aceito. Mesmo após tudo isso a família, em caso de seu falecimento ou algo neste sentido, tenta de toda forma ter seus bens ou mesmo tirar o mínimo de dignidade que ainda tenha conquistado ao lado de seu companheiro.

Não podemos nos tempos atuais, tidos como modernos, acreditarmos em uma verdade absoluta, como disse sou contra por um motivo religioso, mas usando como exemplo outro fato que sempre esta em discussão, o uso da camisinha, se pensarmos em uma sociedade onde só se faz sexo após o casamento, onde os casais são fieis e o sexo é usado apenas para se procriar é certa a idéia de que não se deve usar camisinha, mas hoje com muitos, quase todos, confundindo liberdade com libertinagem chega a ser desumano pregar aos casais, ou as pessoas, que não usem camisinha dentre outros motivos pelas DST’s.

Em todos os fatos discutidos neste texto, o ponto principal e que deve ser levado em consideração para se emitir uma opinião é “de fato é melhor ser contra?”. Pelos fatos aqui relatados vemos que sermos contra aborto, relacionamento homo-afetivos e mesmo o uso da camisinha acarreta um prejuízo muito maior que aceitarmos que a sociedade mudou, para alguns evoluiu e para outros se perdeu, mas não podemos negar que hoje temos uma sociedade diferente daquela de 100 anos pretéritos, tão pouco a que teremos daqui meio século.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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