terça-feira, 21 de setembro de 2010

Em tempo de Guerra, queremos paz.


A charge acima é relativamente velha, da época da crise do senado, mas pode ser usada perfeitamente hoje se trocarmos o Sarney pela Erenice.
Falando sobre política novamente, ou melhor, sobre politicagem. Já falei sobre isso em outros textos, mas como a cada dia acontecem novos escândalos o texto de ontem, hoje parece velho ou mesmo defasado. Novamente vemos problemas com a corrupção envolvendo o primeiro escalão do governo federal. Corrupção esta que parece não ferir a imagem de bom samaritano do presidente ou que em nada atrapalha o vento que move a candidatura da ex-ministra Dilma. Ambos estão hoje no topo, “deitados em berço esplêndido”, com popularidades nunca vistas antes na historia da democracia brasileira pos-ditadura.

Tenho uma duvida, que é remitente, quanto a atitude do povo, dos eleitores, pois ele mesmo vendo casos como o da ex-ministra Erenice Guerra, demitida após casos de corrupção e trafico de influencia que tornaram impossível a sua permanência na Casa Civil e novamente o chefe do correio pedindo demissão por suposta corrupção algo que a pouco tempo aconteceu no Mensalão. Será que os eleitores acham isso normal? Apóiam a tal ponto de votarem novamente nestes mesmos governantes ou são tão desinformados que não tem consciência da gravidade dos fatos? Caso apóiem temos estatizada a figura do político “rouba mas faz”.

Na ultima semana escutei muitos falarem de provas, alegando que as acusações de trafico de influencia não tinham provas ou eram infundadas e feitas para o beneficio político dos adversários da candidata. Talvez eu até esteja equivocado, mas entendo ser prova suficiente de corrupção o simples fato de alguém que é vinculado ao governo federal cobrar por prestação de consultoria havendo clausula de sucesso com porcentagem naquilo que pleiteia quem o paga.

O fato anteriormente relatado por testemunhas e pela reportagem ficou provado, pois havia contrato, assinado pelo filho da ministra que era funcionário do governo federal. Se isso não for prova, que será? Filmagem como no caso Marinho dos correios? Ou mesmo o extenso rol de provas colhido no caso do mensalão? Em todos estes casos a verdade é uma só. Mesmo havendo provas suficientes dos delitos, a opinião publica quanto aqueles envolvidos em nada mudou. A popularidade do Senhor Luiz Inácio anda na casa dos 80% de aprovação por exemplo.

Costumamos medir as pessoas por nos mesmos, talvez por isso sempre esperemos que os casos de corrupção que ressurgem a todo o momento no governo sejam algo inverídico ou uma calunia motivada por uma oposição desqualificada. Mas vemos que não, pois tais denuncias são fundamentadas em provas reais, é fato que aqueles envolvidos nos escândalos se aproveitam da morosidade da justiça, da interminável quantidade de recursos existentes em nosso ordenamento jurídico para se safar de suas penas pelos seus delitos.

Também gostaria que fossem estórias todas estas denuncias, mas não são, pois há provas, testemunhas, fatos e indícios que dizem que os crimes aconteceram, logo a máxima de que todos são inocentes ate que se prove o contrario aqui não pode ser usada, vez que a prova antecede a denuncia. Veja eleitor que é obrigação dos eleitores pensarem em tais fatos para julgar seu candidato e pensar como votaram no dia da eleição.

Não aceite isso eleitor, é repugnante que cada governante quando ocupa um cargo publico use o seu voto para ter todos os benefícios próprios possíveis. Sem respeitar qualquer principio de justiça ou mesmo de legalidade. É obrigação daquele que foi eleito trazer melhoria para todos e assim fazer a vida daqueles que o elegeram melhor, não se esconder no poder político para enriquecer-se e a seus entes.

A maquina publica hoje esta inchada de tal maneira que como visto em todos os jornais do Brasil, ter um parente ou amigo em um cargo de confiança é garantia de que todos parentes, enteados, amigos e outros poderão se pendurar na pátria mãe sugando aquilo que bem entender. Sendo contratado e ainda firmando contratos que ferem de morte o principio pétreo da administração “a moralidade”, que é exigida do agente publico.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

escolha o que gosta.

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