Desde então com grande estardalhaço os movimentos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTTs) criticaram, pedindo que fosse o Deputado crucificado e exposto em praça publica após o sacrifício para servir de exemplo a todos aqueles que queiram de qualquer forma serem contrários ou que fizerem oposição a liberdade sexual, de opinião ou aos benefícios que tentam colocar em situação de igualdade as minorias e o restante da população.
Interessante é a contradição existente nesta situação, pois algumas pessoas que impunham a bandeira do politicamente correto dizendo que todas as minorias têm que ser respeitadas, que ser diferente é ser legal, que cota para negros e a os avanços na luta contra a homofobia são fatos históricos que fazem do Brasil um país melhor para esta e para as futuras gerações e ainda que tais avanços têm que ser considerados como evolução social e antropológica da população brasileira.
De fato os Direitos a Liberdade são direito que devem ser respeitados, não pode ninguém ser descriminado ou considerado de uma classe inferior ou desonesta por suas opiniões, pela cor da pele ou ainda por ter uma opinião diferente daquele de outras pessoas. Todos têm, ou no mínimo deveriam ter, direito a expressar livremente sua opinião e opções desde que na exposição de suas idéias não incentive agressão ou a descriminação social, ética e racional.
Porem um grande contra-senso é visto em algumas opiniões expressadas contra o pronunciamento do Deputado Federal Jair Bolsonaro, pois estranhamente, para aqueles que não são alienados pelas frases feitas dos discursos politicamente correto, as mesmas pessoas e instituições que defendem arduamente o direto a liberdade sexual, religiosa, de expressão e racial condenam de todas as maneiras, repudiando com veemência a opinião do Deputado.
Mas espere ai, eles não defendem a liberdade, dizendo que todos têm que respeitar as opções e diferenças aceitando e mais que isso não vende a idéia de que as diferenças das minorias raciais e sociais têm que são normais. Então como pode alguém que se diz politicamente correto condenar a criminalizar alguém que expressa sua opinião de maneira ríspida, talvez afoita e impensada para algumas pessoas, mas também de maneira legal e ordeira, e principalmente sem incentivar que outras pessoas descriminem ou façam o mesmo, porem enfatizando que é a opinião dele.
Em palavras de Tim Maia “o Brasil é o único pais no mundo onde prostituta se apaixona, cafetao sente ciúmes e traficante é viciado”, e depois desta ultima polemica levantada pelo CQC com o Deputado, pode ser acrescentado a esta frase mais um trecho dizendo que no Brasil “quem defende a liberdade de expressão, censura aquele que tem opinião divergente a sua”.
Porem mais preocupante que tudo isso é o fato de estar se criando no Brasil o entendimento que as pessoas tem que ser apáticas, não podem ter uma opinião formada sobre qualquer assunto, devendo se bitolar naquilo que é politicamente correto ou que se propaga em uma fase ou época no país, fato é que ate 30 anos eram recriminados os comunistas e pessoas que defendiam a liberdade sexual, hoje são recriminadas pessoas que acreditam ser errado ser gay, ou que não defende o sistema de cotas para afro-descendente.
Pode o povo brasileiro estar criando, ou ainda estar deixando que seja criado e eles apenas avalizem, a pior situação possível em se tratando de liberdade de expressão, onde as próximas gerações serão consideradas racistas e agitadoras apenas pelo fato de pensarem de expressarem sua opinião, defendendo suas próprias idéias, que divergem daquela propagada pela grande massa.
Eugênio
Barbosa de Queiroz.
É
Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína –
MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com
