terça-feira, 18 de janeiro de 2011

No Brasil remediar é melhor que prevenir.

É fato publico e notório, diga-se de passagem, que no Brasil principalmente os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro chove muito, que inevitavelmente algumas áreas de encosta irão deslizar e que outras de várzea alagaram, causando transtorno. Sabendo disso não poderiam nossos ilustres governantes e mesmo a população deixar que tais áreas de risco fossem ocupadas, por um motivo simples, colocar em risco a vida daqueles que nelas residem, pois as enchentes e os deslizamentos sempre aconteceram e independente de políticos, de governos ou de povo.

Desde o inicio do mês de Janeiro de 2011, vem acontecendo tragédias, seguidas de tragédias, em alguns nunicipios da região serrana do estado do Rio de Janeiro, com mortes, pessoas desaparecidas e calamidade, situações degradantes onde a população sofre com enchente, lama, isolamento e literalmente o caos de serviços públicos e de existência.

Podemos dizer em um momento de euforia ou em uma mesa de botequim que os culpados disso é o povo que ocupa áreas de maneiras desordenadas, que foi Deus por ter chovido muito, podemos ainda dizer que a culpa é daqueles que alteram o clima emitindo Co², se bem que isso de aquecimento global já ficou provado que é uma lenda, mas os verdadeiros culpados disso são os políticos, os políticos corruptos e também os políticos sérios, isso mesmo, pasme você que os políticos sérios também tem culpa.

Os políticos sérios e honestos são culpados nestas tragédias por se omitirem a tomar medidas pouco populares, mas essenciais, como evitar que uma área de risco seja ocupada, veja que inevitavelmente em um governo, ou outro, encostas irão deslizar e áreas de várzea serão alagadas, assim sendo deveriam todos os governantes seja deste ou daquele governo evitar a ocupação destas áreas. Ou ainda por serem os políticos imprudentes preferindo gastar com asfalto e propaganda que com captação e escoação de águas pluviais, é uma máxima sempre dita que tubo enterrado não gera voto e não tem placa homenageando alguém, por isso nenhum político quer fazer.

Bem como, também são culpados os políticos desonestos, larápios da verba publica, pois estes desfalcam o erário publico, deixando de fazer obras essenciais, para roubarem a verba a ela destinada, por vezes incentivam a criação de novos bairros irregulares geralmente para se promoverem a partir dali criarem ou fortalecerem base política para candidaturas a cargos eletivos. Isso deixando de lado a possibilidade de roubos e desvios existentes em uma situação de penúria como a vivida no Rio hoje.

Como descrito acima os bons e ruins são culpados pelo caos existente nas catástrofes urbanas, analisando de uma visão mais política, afinal é sobre isso que se trata o texto, quando se criou o Contrato Social, acreditávamos que o estado ia gerir nossas vidas e a organização social das pessoas, bem como dos municipios, e que o povo poderia confiar naquilo que é pregado pelo poder construído e que emana do povo.

Se bem que isso é uma utopia, pois esperar que político seja serio em um país onde o povo insiste em ser corrupto é como esperar que no deserto haja um oásis de vida. Difícil existir e mais complicado ainda é caso exista que se perpetue por um período longo.

Verdade é que quando um político vai inaugurar uma obra em um bairro criado encima de uma área drenada, de aterro, uma encosta ou qualquer outra área de risco deveria ser vaiado, pois esta disparando uma bomba relógio que seja nesta ou na próxima estação chuvosa vai alagar ou desmoronar criando todos os problemas que vemos nos últimos dias.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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