terça-feira, 5 de julho de 2011

A Copa do mundo é nossa.

Com a proximidade para a Copa de 2014 dada a quantidade de obras a serem feitas, 03 anos é muito próximo, fica evidente que o orçamento previsto para gastos com a realização de obras para o evento será em muito estourado, ate mesmo as previsões mais pessimistas já soam como inferiores ao valor que será no fim desembolsado pelo país para sediar o maior evento de um só esporte no mundo.

Não bastassem os gastos faraônicos realizados para a Copa, agora tentam os políticos criarem no Brasil um Regime Diferenciado de Contratações RDC onde se cria previsão legal para que as entidades públicas contratem em regime de segredo obras a serem realizadas, não fica claro porem nesta nova modalidade de contratação como funcionara tal segredo, dando aos Ilustres Governantes a chance de contratar obras publicas da maneira que bem entenderem usando o segredo para direcionarem as empreiteiras que venceriam as licitações.

No Brasil esta se tornando rotina os políticos institucionalizarem a coisa errada, com as bolsas tornaram legal a compra de voto onde o político que esta no poder usa o assistencialismo como mercadoria de barganha para arrecadar votos nas eleições vindouras, agora querem legalizar o direcionamento de obras para as empreiteiras de suas preferência, vez que com o segredo nas licitações podem colocar barreira direta que beneficie somente uma empreiteira, em detrimento de todas as demais.

Voltando a Copa de 2014, basta abrir um jornal e ler as noticias distribuídas nas paginas de política e de economia para se notar que no Brasil as coisas básicas não funcionam, é assim com o transporte, saúde publica, telecomunicação e segurança dentre outras coisas. Ninguém questiona isso, sendo que até mesmo os políticos reconhecem a dificuldade para colocar o país no seleto grupo de nações de primeiro mundo onde as garantias mínimas previstas em leis de fato chegam ao povo.

Mas quanto de fato vai gastar o Brasil para sediar a copa do mundo? E evidente que os gastos são proporcionais aquilo que será feito de infra-estrutura, quando ganhou o direito de promover a Copa o Brasil também se comprometeu dar condições mínimas para que os eventos fossem realizados em solo pátrio, assim sendo problemas como Aeroportos, Portos, Transito, Segurança se não forem resolvidos, terão que no mínimo receberem medidas paliativas para que possam os turistas e apaixonados pelo esporte desembarcar e assistirem as partidas.

Sabendo que o Brasil foi descoberto em 1500, e que desde então todos os problemas acima relatados existem e ainda que até os dias atuais não foram resolvidos e que o advento da Copa traria o agravante do aumento o fluxo de dos serviços públicos em todo território nacional, não é de se estranhar que as somas gastas para que o Brasil receba os eventos sejam astronômicas, afinal necessário é que se faça um novo país onde desde aeroportos até o transito de veículos funcione bem.

Em países com uma infra-estrutura já pronta onde um evento vem para melhorar o turismo e trazer novos visitantes como a Alemanha que foi sede da copa de 2006, podem as autoridades fazer uma previsão de gasto para sediar tal evento, porem o Brasil para sediar uma copa terá que fazer estádios novos em todas as sedes, fazer aeroportos novos em todas as sedes, implantar transporte publico em todas as sedes (ressalvados RJ E SP onde só melhorias), terá que criar um esquema de segurança ante terrorismo, e ainda melhorar malhas viárias, segurança e saúde publica veja que terá que melhorar todos os serviços públicos.

Veja leitor, que praticamente tudo aquilo que desde o descobrimento, em 511 anos, não se conseguiu fazer para que fosse o Brasil um país desenvolvido, o país se comprometeu a fazer quando se candidatou a ser sede das competições da Copa , então é impossível se calcular o valor que de fato será gasto para que as competições aconteçam aqui.

Pior que viver em um país que não evolui, que se compromete a gastar bilhões para receber jogos de um evento esportivo é a certeza que todos aqueles que estão envolvidos com a realização de tais jogos ao fim da Copa estarão milionários e todos que os problemas acima descritos persistiram para as futuras gerações que mesmo não tendo copa, terão os problemas.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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