terça-feira, 14 de junho de 2011

O trafico e consumo de crack viraram rotina a ponto de deixarem de ser noticiados nos jornais.



A mais ou menos dez anos a Rede Globo noticiou no Jornal Hoje que no Rio de Janeiro os jornais haviam deixado de dar manchete ao crime de “bala perdida”, pois tinha se tornado tão comum as pessoas serem atingidas por bala perdida, que não havia mais motivo para um telejornal noticiar o fato a menos que envolvesse outro agravante que justificasse a noticia, então só se publicaria algo sob bala perdida quando alguém famoso fosse atingido ou quando o tiro fosse disparado em uma “guerra do trafico” com relevância jornalística.

Nas ultimas eleições para presidente ambos e governadores todos os candidatos colocaram em seus planos de governo um capitulo em especial que falava sobre as atitudes que seriam tomadas para coibir e se possível cessar o trafico e o consumo de drogas no Brasil em especifico o de crack, a época se falava em uma força tarefa formada por todos os órgãos de segurança que combateria a droga, inclusive com uso de aeronaves não tripuladas, desde as fronteiras para que o tóxico não entrasse no Brasil, até a repressão ao consumo nas cracolandias dos grandes e pequenos municípios.

Porem passadas as campanhas, novos governos no poder, os político voltaram a suas vidas normais cuidando de suas rotinas se defendendo daquilo que a mídia descobre que fizeram de errado e misturando seus patrimônios pessoais aos milhões de verbas publicas que administram todos os dias, com a queda do Palocci se decretou de bônus que é normal no Brasil político usar de cargo publico e meios obscuros para ficar milionário de uma hora para outra, salve e salve, porem o crack que foi tão debatido não teve qualquer plano de combate posto em pratica seja no governo Federal, Estadual ou nos já em meio de mandato eletivos governos Municipais.

Não bastasse a ausência de política publica que visasse combater o uso e trafico de crack, ele ainda se tornou algo tão comum no Brasil que hoje assim como no caso da bala perdida, a mídia não vê mais interesse em noticiar seu trafico e consumo. Basta ao leitor lembrar a ultima vez que leu algo ou viu uma noticia relatando males causados pelo uso da droga que assola o povo brasileiro, principalmente os jovens que são o publico alvo da droga por ser barata e tornar o usuário viciado no mesmo momento do primeiro uso, ou pelo trafico.

Parece uma utopia em solo brasileiro esperar que um político cumpra suas promessas de campanha, seja o político da agremiação que for, os ocupantes de cargo eletivo levam ao extremo máxima que diz “campanha é uma coisa governar é outra totalmente diferente”, dando a entender que não foram eleitos para fazerem aquilo que prometeram ou se comprometeram na campanha mas sim para cuidar de seus interesses pessoais e defender suas ideologias muitas vezes fundada em sentimento e não na razão.

Na guerra contra o crack vê-se claramente isso, pois os políticos após a eleição esqueceram da promessa um dia feita de que colocariam a policia nas ruas e nas fronteiras para combater o crack, prova disse é que desde Janeiro não houve qualquer campanha de conscientização contra o uso de droga, teve sim a polemica dos livros errados e do “kit gay”, que mesmo não fazendo parte de qualquer campanha em Novembro foram postos em praticas e que depois de o governo gastar milhões viu que tinha dado um tiro no pé, desistindo de dar sequência a tais programas.

Os governantes acharam mais fácil tornar o trafico e consumo da droga algo tão comum a ponto de não ser mais noticia que tentar combater os crimes, com aqueles modos que prometeram usar durante a campanha, é inegável que poderiam não vencer a guerra das drogas no Brasil, seja por o tóxico ser um problema mundial ou por existir a lei da oferta e da procura, pois enquanto existir usuário haverá traficante. Mas devia o governo no mínimo fazer aquilo que disse na campanha, ou seja, cuidar das fronteiras do Brasil, criar forças tarefas para combater o trafico e implantar um programa de recuperação com clinicas que ajudassem o dependente que queira deixar o vicio.

Isso seria o mínimo e não um esforço desumano, pois com o combate e tentando a cura dos viciados teria a impressa algo para noticiar, mas como acontece no Brasil parece que o trafico e uso de droga não é crime, pois os governantes não combatem, não fazem qualquer ação séria e organizada para evitar que aconteçam.

Os governantes que deviam agir para combater a droga não tem interesse, talvez por ser menos lucrativo e ter menor visibilidade política, que lançar obras e emprenhar novas promessas que não serão cumpridas, ficando as policias de rua PM e Civil na triste missão de prender usuários que são soltos por não caber a prisão deles e de retirar do trafico um ou outro boi de piranha que por sorte é descoberto traficando enquanto as fronteiras secas estão as moscas para que toda droga que queiram os traficantes trazer para o Brasil entre sem encontrar qualquer barreira.

Fica para o eleitor a lição, hoje 06 meses após a troca de governo, se as promessas feitas na campanha foram cumpridas ou se somente viraram cinza como o material de campanha usado pelos candidatos após o dia do voto.

Eugênio Barbosa de Queiroz.

É Advogado, pós-graduado em Direito Ambiental. Militante no município de Juína – MT. Dicas, sugestão para textos eugeniobq@gmail.com

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